7 SINAIS de ALERTA do câncer que MAIS MATA NÃO FUMANTES no MUNDO | SINTOMAS DE CÂNCER DE INTESTINO!


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Você sabe como se proteger do câncer de intestino? Quais são os sintomas e sinais de alerta? Fique com a gente porque as informações de hoje podem fazer toda a diferença na sua vida e na de quem você ama.

Para quem está chegando agora, já deixa um "boa tarde" no chat pra gente ver de onde você está assistindo. Queremos saber! Para quem não me conhece, eu sou o Dr. André Wambier, cardiologista, mas hoje o nosso foco é outro. E, para isso, tenho a honra de receber um grande amigo e especialista no assunto, Dr. Hugo Guedes. O Dr. Hugo é médico endoscopista, formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ele fez residência em Cirurgia Geral e Endoscopia Digestiva pelo HC do Hospital das Clínicas da USP. Também fez residência em Endoscopia Digestiva Avançada e Bi Pancreática na USP, realizou o fellowship em Harvard e possui doutorado em Cirurgia pela USP. É ou não é uma autoridade no assunto?

— Mas, André, o meu melhor adjetivo é que eu sou seu amigo, tá? Só para deixar claro, esse currículo não importaria se eu não te conhecesse, se a gente não pudesse trabalhar junto, e é um prazer, para todos vocês que estão nos acompanhando, estar aqui. Eu sou o Hugo Guedes, sou endoscopista aqui em Brasília, trabalho junto com o Andrezão e a gente vai tentar ajudar hoje você, seus familiares e quem você gosta a evitar o câncer de intestino, pessoal. É uma doença muito importante de ser tratada e, melhor ainda, prevenida. E, pelo que eu entendi, hoje o Andrezão vai ensinar vocês como fazer isso. Obrigado!

E olha, esse cara não tem só currículo bom, viu? Ele tem mão! Eu só peço as colonoscopias para ele, para todos os meus pacientes. Então, pessoal, aproveitem para mandar suas perguntas no chat. Vamos responder ao longo da live. Já compartilhem este vídeo com amigos e familiares, porque o assunto de hoje é de interesse geral de saúde pública.

De vez em quando, aparece nas notícias que algum famoso foi diagnosticado com câncer de intestino. Recentemente, fomos surpreendidos com a notícia daquele ator, James Van Der Beek, da série Dawson's Creek, que, aos 47 anos, foi diagnosticado com câncer de intestino. Um homem jovem, ativo, que leva uma vida saudável. Então, isso nos faz pensar: se aconteceu com ele, pode acontecer com qualquer um de nós, não é mesmo?

— Cara, Andrezão, se a gente for atrás de olhar a quantidade de pessoas de maior impacto social recém-diagnosticadas... A Preta Gil, o ator principal de Wakanda, por exemplo, e tantos outros que permeiam a nossa sociedade... Chama atenção a quantidade de casos de câncer colorretal diagnosticados. E o que mais chama atenção é que são pessoas jovens, né, André? Cada vez mais, os jovens estão sendo acometidos por essa doença. Então, às vezes, a gente vai ter que ficar tão atento ao câncer de intestino quanto aos problemas cardiovasculares, porque parece que realmente está afetando cada vez mais pessoas jovens.

O câncer de intestino... Vocês que estão nos assistindo, conhecem alguém que passou por isso? Você falou da Preta Gil, né? Também a Simony, Conrado, Pelé... Pelé faleceu por causa disso. Então, se vocês já ouviram falar em casos semelhantes, compartilhem conosco no chat. Vamos trazer essa discussão para mais perto da realidade de todos.

Hoje, vamos desvendar os mitos e verdades sobre o câncer de intestino, falar sobre hábitos saudáveis que podem reduzir os riscos e, principalmente, alertar sobre os sinais que muitas vezes ignoramos no dia a dia. Fiquem atentos, porque, ao longo da live, vamos revelar informações que podem literalmente salvar vidas. Sabia que diabetes aumenta o risco de câncer de intestino? Aumenta em 47%! Isso é de um estudo de 2023. São detalhes que a maioria das pessoas desconhece e que fazem toda a diferença na prevenção.



Então, Dr. Hugo, para começarmos aí, que tal explicar de forma simples o que é o câncer de intestino? Por que ele tem sido uma preocupação constante e crescente, né?

— Vamos lá, pessoal. Ah, o câncer de intestino, assim como os tumores dos outros órgãos, são doenças que surgem pela alteração das células naturais deste próprio órgão. As células que existem ali, no câncer no intestino grosso, começam a mudar um pouco a sua característica e elas começam ou dão os primeiros sinais de mudança através dos pólipos. Talvez vocês já tenham ouvido falar de algumas pessoas ou parentes com diagnóstico de pólipos numa colonoscopia. Pólipos no intestino grosso. Esses pólipos são alterações inicialmente parecidas com pequenas verrugas que surgem no interior do intestino e vão crescendo com o passar do tempo, mudando sua característica até, um dia, virarem um câncer, pessoal.

Ah, o grande ponto que chama a atenção é que esse pequeno pólipo leva cerca de 10 anos, André, até um dia virar um câncer.

— Exatamente. E se nós fizermos um exame de colonoscopia neste intervalo, a gente pode curar, evitar que esse câncer aconteça. E aí a gente vai entrar numa discussão muito interessante, porque, entendendo isso, você que tá em casa pode guardar essa informação: o câncer de intestino é evitável. Você pode evitar o câncer de intestino. Basta tomar as providências corretas e ouvir tudo que a gente vai discutir aqui hoje.

— Ainda assim, Andrezão, acho que você vai trazer esses dados. É uma das doenças mais impactantes, dos tumores mais impactantes no mundo e no Brasil, né?

— É, sim, sim. É o segundo câncer que mais mata no Brasil. Se você tirar o câncer de pulmão, se você tirar pessoas que não fumam, se você não fuma, aí o câncer de intestino é o número um causador de morte. Então, assim, veja só. E está crescendo, né? Então é por isso que a detecção precoce é tão importante. Com exames regulares, podemos identificar e remover esses pólipos antes que se tornem malignos.

A colonoscopia, diferente de uma mamografia, por exemplo, que detecta se você está ou não com câncer, já na colonoscopia você pode detectar um pólipo antes que ele vire um câncer. Você sabe, André, que a gente tem uma informação de que somente a colonoscopia e o Papanicolau são os exames que são capazes de prevenir o câncer, porque são capazes de identificar as doenças precursoras desse tumor. Os demais exames, como endoscopia e mamografia, normalmente são capazes de detectar o câncer precoce. Ele já está estabelecido. Nós ainda podemos curá-lo de formas minimamente invasivas, mas ele já está estabelecido. Na colonoscopia, a gente pode evitar que ele surja.

— E olha, tem que fazer mamografia, viu? Não é que eu tô falando que não precisa fazer mamografia, mas a mamografia detecta câncer inicial também. Mas a colonoscopia é diferente por causa disso, porque detecta uma lesão pré-cancerosa, a gente acaba atuando no aparelho digestivo pela parte do exame da endoscopia e da colonoscopia. Essa é a vantagem e talvez uma das coisas que justifiquem o surgimento dessa especialidade, Andrezão. A endoscopia digestiva no Brasil, assim como os cardiologistas, nós temos os endoscopistas. Muitas pessoas são acostumadas a procurar gastroenterologistas para a parte alta do aparelho digestivo e coloproctologistas para a parte baixa do aparelho digestivo. No meu caso, a gente já faz esse bate-bola. Eu atuo na endoscopia digestiva no seu sentido mais amplo. Então, quando você encaminha um paciente seu para mim, para fazermos uma avaliação de risco, ele já pode fazer a endoscopia e a colonoscopia juntas, na mesma oportunidade, isso agregando valor e acelerando o processo de prevenção e cuidado em saúde.

— Andrezão já trabalha assim com todos os pacientes, né?

— É, exatamente. E vocês sabiam que o câncer de intestino tem altas taxas de cura quando diagnosticado no início? Então, as chances podem chegar a mais de 90%. Isso mostra o quanto é vital estarmos atentos, né? Se você for pegar, assim, estágio zero, é 100% de cura, né? Quase 100% de cura.

— É isso mesmo, André. E as nossas taxas de sucesso são muito boas, para cima de 95%. E hoje, cada vez mais, estamos aprendendo que, assim como a cardiologia avançou muito nos seus tratamentos minimamente invasivos, as cirurgias do aparelho digestivo também. Então, hoje, conseguimos curar um câncer de intestino. Não sei se vocês já ouviram falar nisso, mas hoje conseguimos curar pacientes do câncer de intestino fazendo cirurgias sem abrir a barriga. Hoje, as cirurgias podem ser feitas puramente pela endoscopia, e a gente vai tentar discutir um pouquinho mais disso ao longo da nossa live.

— Então, frisando um pouquinho: o câncer de intestino é o terceiro câncer mais comum e o segundo tipo que mais mata aqui no Brasil.

— Você sabe que essa informação é boa, André? Vou interromper um pouquinho aqui, quebrando o protocolo. Mas você tocou num ponto que eu vou até reforçar, né? O câncer de intestino é o tumor mais letal para quem não fuma.

— Cara, você sabe que eu trabalho com isso. Eu não fumo e agora estou preocupado.

— Exatamente, você está preocupado.

Temos que cuidar e fazer prevenção mesmo, hein? Eu já fiz minha colonoscopia uma vez, quando fiz 40. Eu tenho 46, então assim, vou refazer. Vou fazer com você, fazendo a mão é boa.

— Tô te esperando! Já fui vítima do meu próprio veneno também. Acho que a prevenção é fundamental, hein?

— É importante sim. E assim, a gente tem que falar abertamente sobre o assunto, né? Conscientizar a população. O pessoal tem vergonha, né, de fazer exame, de falar sobre isso.

— Esse é um ponto, viu, André. Eu me lembro de pacientes que me contavam algumas histórias e, óbvio, que nesse ambiente da colonoscopia, da avaliação do intestino grosso, a gente vai ter histórias quase anedóticas. Eu, como um bom nordestino, ouvi muitas histórias no meu bom Nordeste. Então, eu me lembro de um paciente que, quando estávamos para começar o exame, dizia assim: "Seu José, nós vamos começar aqui o procedimento, viu? Vou passar o aparelho na entrada do seu ânus." Ele falou: "Lá, Doutor, na saída, por favor. Facilite!"

Então, a gente vai encontrando algumas barreiras que, na verdade, não precisam ser construídas, tá, pessoal? Vocês que estão nos assistindo, provavelmente alguém já ouviu ou teve um parente que fez uma colonoscopia. Mas o que é mais importante é passar para vocês a mensagem de tranquilidade e de quebra de barreiras com relação aos exames de prevenção, tá?

A colonoscopia é um exame que não gera desconforto para o paciente, pois tem uma sedação. Então, o paciente dorme durante o tempo todo. Andrezão, geralmente o anestesista está lá para cuidar da sedação. Não é previsto nenhum desconforto, nem antes, nem durante, nem tampouco depois. É um exame rápido, que dura cerca de 20 minutos. Pode ser feito de forma ambulatorial; o paciente toma um preparo em casa, vai para o hospital e depois vai para sua casa normalmente, se alimenta normalmente. A única coisa que precisa, óbvio, é uma tomada de um laxante e uma dieta de véspera para que a gente possa avaliar o intestino normalmente. Um dado curioso: vocês sabiam que, quando a gente faz uma colonoscopia e o preparo intestinal fica bom, conseguimos visualizar a parede do intestino grosso de uma forma tão limpa quanto a mucosa da boca? Realmente, as imagens são muito claras. André, para quem aí puder acompanhar depois, fica atento, dá uma olhada nas imagens. A gente pode ofertar muita coisa boa de tecnologia, cuidado, e no exame que não é para criar mito, pessoal. Fiquem tranquilos. Eu já fiz, o André já fez, ninguém se apaixona, não tem problema.

E é isso aí, nosso objetivo aqui é criar um ambiente aberto e informativo para todos se sintam à vontade para cuidar da saúde. Eu vejo muito nos comentários que as pessoas vão melhorando. Então, assim, param de fumar, começam a melhorar a dieta, fazer exercício. Então, tudo isso é prevenção, né? Fundamental.

Quais são os fatores de risco do câncer colorretal? O que pode aumentar nossas chances de desenvolver a doença? E por que está aumentando tanto em pessoas jovens? Como a maioria das doenças, o câncer no intestino tem vários fatores. Vamos começar pelos que não podemos modificar. Primeiro e o mais importante de todos, viu? A idade. Pode colocar o gráfico da idade de câncer de intestino, Odmar.

Aí, dependendo da idade, o risco do câncer de intestino aumenta significativamente. Com o envelhecimento, nossas defesas ficam mais fracas, então, o que estava estacionado pode, com a baixa imunidade, se transformar em câncer. A partir de qual idade você vê mais tumores?

Essa é uma excelente pergunta, André, porque, veja, até 2019, a nossa preocupação, falando a nível mundial, era iniciar as colonoscopias a partir dos 50 anos, pessoal. E isso mudou. Em 2019, nós baixamos essa recomendação nas literaturas internacionais para 45 anos. E isso veio por causa de um dado muito alarmante: a incidência de câncer colorretal, como vocês podem ver aí, dobrou na última década na população entre 40 e 50 anos, André

Que absurdo! É um número muito impactante. Imagina você, com 40 anos, ter que lidar com câncer de intestino. Que notícia que vai assustar você e sua família. Então, sim, a gente está vendo o câncer de intestino cada vez mais precoce. E, independente do histórico familiar, independente do sexo ou do gênero, você deve fazer uma colonoscopia a partir dos 45 anos.

André, só para você ter ideia, eu trato, por ano, mais ou menos aqui em Brasília, quase 10 pessoas abaixo de 45 anos com câncer colorretal. Então, eu fiz um vídeo sobre câncer de intestino e teve um paciente que marcou uma consulta comigo aos 39 anos. Ele falou: “Doutor, você salvou minha vida.” Eu perguntei: “Por que eu salvei sua vida? Nem te conheço e tal.” E ele disse: “Doutor, eu comecei com sangramento, assisti seu vídeo sobre câncer de intestino, procurei um coloproctologista, ele fez uma colonoscopia e eu estava com câncer de intestino inicial. Ele fez a cirurgia, estou curado.” Depois ele fez um PET scan e me mostrou. Você vê que interessante, né?

Então, o segundo fator de risco são doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn ou retocolite ulcerativa. A inflamação crônica do intestino aumenta o risco. Sabia que um a cada quatro, cinco pacientes com retocolite tem chance de desenvolver câncer colorretal?

— É isso mesmo, viu, Andrezão. É importante a gente estar atento. Vocês aí, que têm parentes ou que têm uma doença inflamatória intestinal, como doença de Crohn e retocolite, que são as mais frequentes, entendam que, depois de 10 anos do surgimento dessa doença, a inflamação crônica gerada pode aumentar o risco de câncer de intestino e de alguns outros tumores. A gente tem que dar um olhar especial para esses pacientes e ter muito cuidado nessa avaliação de uma colonoscopia bem feita, para que possamos tentar detectar as lesões precursoras.

— É isso daí. É importante uma colonoscopia bem feita. Eu já vi paciente na minha família que fez colonoscopia e deu normal, mas depois fez um exame de sangue oculto nas fezes e veio alterado.


Minha mulher pediu para repetir e estava com um tumor enorme. Nossa, um tumor de uns 4 cm, 3 cm. Então, isso... isso ela tinha feito a colonoscopia em outubro, e isso daí foi em agosto, menos de um ano. Então, assim, acho que a sua esposa é oncologista, né? Então, acho que ela deve lidar muito com esse cenário.

E para você que está nos acompanhando, pessoal, você que está nos assistindo aqui na live, também pode identificar o que é um exame de colonoscopia bem feito, tá? A gente não precisa ser necessariamente médico para saber que teve uma boa assistência. Olha, um exame endoscópico, seja endoscopia, seja colonoscopia, depende de três fatores. Eu digo muito isso para os médicos que eu ensino hoje, André. Basicamente, a sua capacidade técnica. Então, procure médicos que são capacitados na sua especialidade. Procurem, assim como vocês procuram os cardiologistas na equipe aqui do Cardi DF, que são capacitados, têm alto poder de arguição e de desafio técnico, procurem também médicos endoscopistas e colonoscopistas com capacidade de formação específica, médicos endoscopistas formados e dedicados para isso.

Procurem fazer exames com bom preparo intestinal e que as fotos do seu exame estejam disponíveis e muito bem documentadas. Não aceitem exames com quatro fotos ali, desfocadas. Não, gente! Aquilo é o seu documento de prevenção, é a sua saúde. Procure uma boa descrição, médicos com boa descrição técnica e estrutura. A gente precisa de tempo de qualidade para fazer o exame, tecnologia para os diagnósticos precoces e profissionais treinados para termos um bom diagnóstico.

— É, porque agora tem faculdade de medicina em toda esquina, né?

— Nem fala, né? Então, assim, tem muito cara que faz o exame nas coxas. Então, não adianta. Esse tipo de exame não adianta, não adianta. Cara, você vai ao cardiologista que deixa o estetoscópio pendurado no pescoço, né? O cara nem mede a pressão... “Ah, a pressão tá boa, tá tudo certo.” É difícil, imagina o que a gente passa hoje em dia, né?

— Mas, ainda bem que a gente tem hoje vocês aqui na nossa live, no Cardi DF. Aqui, você tem conteúdo de qualidade. Tô muito feliz de estar aqui, viu, Andrezão.


Obrigado por ter vindo aqui. É verdade, eu tô sabendo que esse é um dos maiores canais de saúde do mundo, é isso, Andrezão?

— Pô, que honra, viu, pessoal? É um prazer estar com vocês hoje. Aqui no Brasil, a gente faz três anos que temos o maior número de visualizações do Brasil. Então, assim, faz três anos no setor de saúde. Caramba!

E o terceiro fator de risco são as síndromes genéticas, como a síndrome de Lynch, que predispõe ao alto risco de câncer de intestino, e a polipose adenomatosa familiar, que causa a formação de pólipos e também aumenta o risco. E aqui também destaco o histórico familiar de câncer de intestino. Se seu pai, mãe, irmãos ou alguém próximo teve a doença, você deve se preocupar mais e conversar com o seu médico sobre isso, não é?

— Você tocou num ponto muito importante, Andrezão, porque algumas famílias têm uma predisposição genética ao câncer de intestino mais do que outras. E se você já ouviu falar desses nomes, síndrome de Lynch, polipose adenomatosa familiar, você tem que ficar atento, porque provavelmente a sua família precisa ser avaliada de uma forma diferente, talvez com intervalos entre as colonoscopias menores.

— Antes, né?

— Antes, aham. E isso tem a ver inclusive com os históricos e o início do diagnóstico do câncer dos seus familiares. A gente falou aqui que uma pessoa deve fazer uma colonoscopia a partir dos 45 anos. Mas imagina que o seu pai teve um diagnóstico de câncer de intestino aos 45. Você, filho desse paciente, deve começar sua colonoscopia 10 anos antes, aos 35. É muito importante que você analise muito bem o seu histórico familiar.


André, só para você ter ideia, na minha família, nós tivemos cenários oncológicos que são importantes. Às vezes, a gente nem pensa. Nós tivemos uma tia com câncer de mama, uma outra tia com câncer de cérebro, uma outra tia com câncer de endométrio e, por fim, uma quarta tia com câncer de cólon. O que todas essas doenças têm a ver, né? Se você for pensar, são doenças em órgãos diferentes. Tudo isso, gente, pode confluir para uma síndrome genética de predisposição oncológica. Então, se na sua família você tem parentes com tumores em diversos órgãos, vá a um médico, procure uma avaliação, porque isso pode ser uma predisposição genética e vocês têm que mudar a forma de acompanhamento.

— Exatamente. Então, e câncer ginecológico aumenta o risco de câncer de intestino também, né? Porque talvez, com a radioterapia e tal, por causa dessa predisposição.

— Outro fator de risco: pessoas mais altas têm um risco maior de câncer do intestino. Isso daí deve ser por causa do IGF-1, que são fatores de crescimento que podem influenciar isso, né? E diabetes, como eu falei, aumenta o risco.

Agora, todos esses fatores de risco a gente não pode mudar. Agora vamos falar sobre os fatores de risco que dependem de nós, que a gente pode modificar. Primeiro, cigarro. Cigarro não aumenta apenas o câncer de pulmão, ele aumenta vários tipos de câncer: câncer de estômago, intestino, boca, bexiga e vários outros. Sorte que diminuiu bastante o número de tabagistas no Brasil.

— Se a pessoa fumou no passado, será que aumenta o risco também?

— Olha, aumenta, viu, André. E você também pode falar muito bem sobre isso. São mais de 10 anos sem fumar para a gente diminuir os fatores de risco associados ao tabagismo, né? Então, você que fumou por muito tempo antigamente, fique atento. Você precisa ter um olhar diferenciado na sua prevenção em saúde.

— É, para o coração também é a mesma coisa, né? Se a pessoa fumou 10 anos antes e parou, o risco ainda aumenta.


Outro fator de risco é o álcool. O consumo excessivo de álcool também aumenta o risco de câncer de intestino. Se você bebe, o ideal é moderar ou evitar o consumo. Sedentarismo, né? Precisamos nos mexer. A falta de atividade física regular está associada a um maior risco. A prática de exercícios ajuda a manter o peso saudável e melhora o funcionamento do intestino.

Então, mesmo no tratamento, se a pessoa descobre um câncer de intestino e é sedentária, o risco de recorrência aumenta. E se a pessoa faz exercício, reduz o risco de recorrência. Até no tratamento, se a pessoa está tratando um câncer de intestino, fazer exercício reduz o risco de recorrência. Então, tem que fazer exercício.

Outra coisa é a obesidade. O excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, está ligado a um maior risco de câncer de intestino. Você vê isso demais, viu, Andrezão?

E olha, gente, aqui eu vou fazer até meu desabafo pessoal. A gente cuida muito da saúde dos outros e, às vezes, não paramos para cuidar da nossa, né? Às vezes, você que está aí assistindo à nossa live tem um parente, um familiar que precisa de cuidados, e você se doa demais no cuidado desse familiar e esquece do seu próprio cuidado. Lembrem que a saúde de quem cuida é muito importante. Nossa rotina, às vezes, não nos deixa respirar ou ter bons hábitos.

Então, eu fui vítima disso: um alto consumo de sobremesas depois do almoço, a bebida alcoólica no final de semana, que era a nossa licença poética para poder relaxar da demanda de trabalho. E aí, de repente, me vi sem tempo para fazer atividade física, André. Eu ganhei 8 kg


Então, esse queixinho que vocês estão vendo aqui não existia, era uma coisa maior, né? Eu estava pesado, estava mais difícil. Tá magro já, tá bem já, porque eu tenho um bom cardiologista e porque eu resolvi mudar um pouco os meus hábitos, pessoal. Pequenas mudanças podem entregar grande diferença. Vejam vocês que estão nos assistindo agora e tentem perceber pequenos hábitos do seu dia a dia. Será que todos os dias você não tem uma sobremesa que não precisava? Será que no final de semana vocês não estão bebendo um pouquinho mais de álcool do que precisavam?

Eu resolvi fazer um teste. Eu suspendi por três meses, fui para a cerveja zero e cortei o doce. Andrezão, eu perdi, e fui para a academia, eu perdi 12 kg de massa gorda e ganhei 5 kg de massa magra. Isso vocês podem fazer, gente, com pequenas decisões, com pequenas mudanças. Escolher saúde é uma decisão simples, tá? Não coloquem barreiras no desejo de ficarem melhores. E ao fazer isso, você vai prevenir o câncer. Por isso que hoje eu só bebo mesmo é a caneca de água do Andrezão. Vamos ver aqui, ó.

Outra coisa também: dieta pobre em frutas e verduras, uma alimentação com poucas fibras aumenta o risco, né? Especialmente se você come comida industrializada, aqueles alimentos ultraprocessados que, por terem poucas fibras, também têm muitos aditivos químicos, alguns que a gente nem consegue pronunciar, né? Imagine o que acontece com o teu intestino. Tua flora bacteriana lá... é duro. Bons hábitos são fundamentais, André. Então, cada vez mais, a gente deve procurar o aumento do consumo de frutas e fibras. Isso, reconhecidamente, reduz o risco de câncer de intestino.

A nossa dieta tem que ser mais saudável, não só para o câncer de intestino, mas para o coração, para a diminuição do controle de obesidade e diabetes. De uma forma geral, é muito importante que a gente cultive bons hábitos alimentares e atividades físicas regulares.

— Exatamente, por isso que eu bato tanto aqui no canal sobre isso, né?


E isso daí também é um dos principais fatores, né, que está aumentando o risco de câncer em jovens. A gente vê que, nos Estados Unidos, consome-se muita comida industrializada, e o Brasil começou a consumir muito mais também. Os fast foods e junk foods são realmente um grande problema para o câncer de uma forma geral e para a nossa saúde como um todo.

Cada vez mais, o aumento do consumo de alimentos processados, alimentos que não vão agregar valor à nossa saúde, só vai aumentar os nossos índices glicêmicos e piorar as nossas taxas de colesterol. Tudo isso acaba também aumentando o risco de câncer de intestino. Sabe aquela frase, André? "O ser humano morre pela boca." Exatamente, isso é verdade, pessoal. A gente precisa mudar os nossos hábitos alimentares para prevenir o câncer de intestino.

E também carnes processadas, né, como salame, presunto, peito de peru, mortadela, bacon. Então, assim, aquilo que todo mundo adora... sabe, tudo aquilo que é bom, joga fora, né? Brincadeira, pode comer de vez em quando. E também o consumo excessivo de carnes vermelhas e gorduras saturadas. Estudos mostram que altas quantidades desses alimentos estão associadas a um maior risco de câncer no intestino.

— Você gosta de um churrasquinho, hein?

— Essa é uma parte difícil de eu falar, tá, pessoal? A gente está aqui na live para falar a verdade, mas é isso mesmo. Eu gosto de churrasco, sou vítima. Melhorei meus outros hábitos para aceitar meu churrasquinho. Mas você também pode fazer um churrasco de pequenas proporções ou preferir carnes mais magras, tá? Evite aquele excesso de gordura, gente, a gente não precisa disso. Temos direito a pequenas licenças poéticas nos nossos hábitos, mas, para isso, precisamos cultivar bons hábitos, né, não, André?

— Exatamente, exatamente. E como está o hábito alimentar de vocês? Conseguiram colocar mais frutas, verduras e alimentos integrais na dieta e evitar os ultraprocessados?

Falando dos jovens, a sociedade americana de câncer reduziu a recomendação para a colonoscopia de 55 para 50, e depois para 45, para pessoas com risco intermediário.


Porque quem tem risco alto tem que começar antes. Então, você que é endoscopista, acha que a idade está justa ou você acha que a tendência é reduzir ainda mais?

— Essa é um excelente ponto para discussão, sabe, André? Porque hoje, ainda bem que a gente reduziu essa informação para os 45 anos. Essa foi uma redução da sociedade americana, realmente, de Oncologia, e ainda não é a referência dos nossos órgãos nacionais. A gente cria a expectativa de que, logo, o Brasil também determine 45 anos como a idade mínima para se fazer uma colonoscopia. Mas, de fato, como a gente comentou, cada vez mais cedo vemos pessoas começando a ter câncer de intestino. Então, eu acho que sim, se você tem um pouco mais de fator de risco, se você tem parentes que tiveram câncer, se você tem alguns dos sintomas que são sinais de alarme, que a gente vai discutir um pouquinho, vamos começar a colonoscopia mais cedo, tá?

Existe uma tendência de a gente iniciar a recomendação da colonoscopia aos 40 anos, Andrezão.

— E a colonoscopia no SUS, hein? Aí é complicado, né?

— Complicado, pô, porque assim, eu acho que tinha que expandir mais isso, né? A gente precisa, né? Hoje, gente, vamos lá, de César o que é de César. Andrezão sabe muito bem que o SUS tem seus benefícios. O SUS é muito bacana, ajuda muita gente, mas sabemos que é difícil difundir uma boa qualidade de saúde para todo o país. Muitas pessoas ainda são carentes de assistência e de acesso a uma colonoscopia, uma endoscopia no SUS. Depende de centros um pouco mais estruturados e médicos capacitados.

Então, esse é um problema que os nossos candidatos, nossos políticos, precisam olhar com calma. Isso é custo-benefício, viu? Então, assim, imagine: você tira um pólipo precoce, esse cara não precisa de quimioterapia, não precisa ficar internado. Isso mexe com a estrutura familiar de alguém que está sofrendo de câncer, mexe com tudo. Então, tem que ter isso em mente.

Os Estados Unidos, que sempre coloca tudo na ponta do lápis, já entende: colonoscopia tem que fazer. Tem que fazer. A colonoscopia reduz a incidência de câncer colorretal.


Então, pessoal, fazer colonoscopia é realmente mais interessante até para um sistema global de assistência em saúde, como o SUS. É dever nosso, como população, tentar chegar nas pessoas que nos representam nos poderes políticos e pedir e lutar para que a gente tenha mais acesso a esses exames. Não é fácil, a gente sabe. Muitas vezes, o paciente que depende do SUS tem muita dificuldade de chegar a uma colonoscopia. Mas vamos continuar lutando. Vocês que têm acesso aos políticos, vamos cobrar isso, para que as políticas públicas surjam.

E não adianta brigar com o médico, tá? Porque o médico está lá, e o médico do SUS... você sabe, você atendeu no SUS, eu atendi no SUS por muito tempo. Então, é muito pouco tempo que a gente consegue, e sempre pressionado, né? Então, não é com eles que tem que mexer, tem que mexer na estrutura, né?

Mas tem outras coisas legais também, Andrezão, que a gente pode discutir sobre exames de prevenção ao câncer de intestino. Às vezes, a gente não tem acesso a uma colonoscopia, mas existem alguns outros exames simples que podem ser feitos e ajudam muito na triagem. Vamos falar disso depois, mas vamos falar dos... talvez a parte mais importante da live, né? Quais são os sete sinais para você ficar atento e pensar que pode ter algo de errado no seu intestino?

O sétimo sinal: mudanças dos hábitos intestinais. Aquele ator lá do Dawson's Creek falou isso. Ele percebeu que os hábitos intestinais dele tinham mudado, então ele achava que era problema de dieta, que estava comendo muito leite, cortou café, e nada. Não melhorava. É muito importante você conhecer seus hábitos intestinais. Tem pessoas que vão ao banheiro logo depois do café da manhã, outras vão duas ou três vezes por semana. Você tem que entender como é o seu trânsito intestinal. Se você notar que está tendo mudanças no movimento intestinal, fique atento.

Alterações dos hábitos intestinais são comuns, principalmente com o passar da idade, e por si só não são alarmantes. Mas se essa mudança estiver progredindo e persistindo, procure um médico. Cerca de 65% das pessoas com câncer de intestino têm alterações no movimento intestinal, e essas mudanças podem variar de pessoa para pessoa, dependendo da localização, do tamanho do tumor e do estágio do tumor.

Aquele ator estava no estágio três, que já é um estágio meio avançado. As fezes também podem mudar de consistência, cor, frequência e forma. A principal mudança é quando a pessoa começa a ter diarreia sem motivo aparente, que intercala com prisão de ventre. Durante alguns dias, alterna diarreia e constipação.


Qual é a importância de ficarmos atentos nessas mudanças dos hábitos intestinais, Nino?

— Pois é, Wambier, é muito importante esse sinal de alerta porque eu recebo muitos pacientes no meu consultório questionando a alteração do hábito intestinal. Precisamos entender, pessoal, que não necessariamente o intestino de todo mundo funciona como um relógio, tá? Mulheres tendem a ser um pouco mais constipadas, homens tendem a ter o intestino um pouco mais solto, e isso é natural. O ritmo intestinal normal é um intervalo. A pessoa tem um ritmo intestinal normal se ela evacuar uma vez a cada dois dias ou até três vezes ao dia, e isso está dentro do que é normal.

Porém, alguns pacientes têm o seu ritmo normal e, de repente, percebem uma grande mudança. Começam a ficar quatro dias sem evacuar, passam a ter um padrão diarreico ou até mudam a característica da evacuação. Talvez a gente vá discutir também uma evacuação mais enegrecida, né? A gente vai ter um padrão ali também. Isso é um sinal de alarme. Tumores podem crescer e gerar compressões, redução das luzes e dificuldades para que o intestino passe. Às vezes, a diarreia é uma evacuação só de escape. Então, se você passou a ter diarreia, se você passou a ficar constipado e você não era, fique atento. Esse pode ser um sinal de alarme para o câncer de intestino.

Outro sinal é sangue nas fezes. Novamente, é muito importante prestar atenção nas suas fezes. Que tipo de sangramento devemos ficar atentos? O intestino grosso é dividido em algumas partes: o cólon ascendente, o cólon transverso, o cólon descendente, sigmoide, e depois o reto e o ânus. O doutor consegue explicar melhor, mas o lado direito do cólon tem uma peculiaridade: ele é maior e as fezes estão mais líquidas, pois é uma função do cólon absorver a água. Se o tumor estiver do lado direito, no cólon ascendente, normalmente não teremos sintomas de obstrução. O tumor pode sangrar mais, causando anemia, ou as suas fezes podem mudar de cor, ficando pretas como piche, o que chamamos de melena, que tem aquele cheiro bem fétido que todo médico conhece.

— É isso mesmo, viu, André, e isso muda mesmo, né? Acho que você vai comentar um pouco. No lado direito, temos um padrão; no lado esquerdo, temos outro.

— Já no lado esquerdo, no cólon descendente, que é menor e onde as fezes são mais bem formadas, pode haver sangramento mais vivo, que pinga no vaso após evacuar ou mesmo no papel higiênico. Claro, outras coisas podem causar isso, como hemorroidas ou fissura anal, mas sangue nas fezes é importante e precisamos discutir. Vou fazer uma aposta com vocês que estão nos assistindo aqui hoje nessa live: 60% das pessoas que estão assistindo conosco hoje já tiveram um sangramento intestinal. Viu, André, que coisa? É muito frequente o sangramento no intestino.

E digo mais, homens têm muita tendência a sangramentos no intestino e ficam calados. Pessoal, abram os olhos para esse sintoma. Sangramento intestinal tem que ser avaliado. Isto é um sinal de alarme. É bem verdade que, na maioria das vezes, os sangramentos são vermelho vivo e indolores, percebidos no final da evacuação, e a gente entende que quase sempre isso é uma doença hemorroidária. Mas quem tem que discernir se isso é hemorroida ou não é o seu médico. É importante que você procure assistência. Não é normal ter sangramento no intestino. Assim como o André falou, o sangramento no cólon direito, geralmente por um câncer, gera fezes enegrecidas e muito malcheirosas.


Ah, vocês podem perceber que a coloração das suas fezes vai mudar de acordo com o alimento que você consome. Às vezes, a gente percebe que o filho teve uma evacuação um pouco mais escurecida, parece que teve sangue, e você fica assustado. Quando olha, vê que ele só comeu muita beterraba no dia anterior, né? Mas o sangramento gera as fezes exatamente como você falou: parecidas com piche e muito malcheirosas. O sangramento junto das fezes, que tenham consistência normal, também tem que ser observado, pessoal. Isso pode ser, sim, um câncer de intestino.

Se você que está nos assistindo já teve um sangramento intestinal, procure um médico. Vamos fazer uma colonoscopia, isso pode ser um câncer, e a gente pode tratar.

Isso mesmo. O quinto sinal é dor abdominal. Se você nunca sentiu dor abdominal e agora começou a sentir cólicas que incomodam, que ficam indo e voltando, ou mesmo dor ao evacuar, especialmente se o tumor afeta a porção do reto, procure ajuda, né?

Como diferenciar, então, uma dor abdominal comum de algo que pode ser um sinal de alerta? Boa pergunta. Bom, pessoal, uma dor abdominal que pode chamar a atenção para um câncer normalmente é um quadro totalmente atípico do que você já teve na vida, né, André? Assim como você falou, às vezes a gente faz uma refeição um pouco mais pesada e isso gera aquele desconforto abdominal, aquela dificuldade de digestão, e esse é um desconforto que não necessariamente gera preocupação. Mas se você tem dificuldade para evacuar, uma distensão abdominal, uma dor difusa que não melhora, isso é um sinal de alerta, um sinal de alarme. Ainda mais se esse for um quadro novo de dor, tá?

Dor abdominal associada a distensão e dificuldade para evacuar pode ser um sinal de um câncer de intestino avançado. Você precisa procurar um médico para cuidar de você.

O quarto sinal é fadiga e cansaço. Não é aquela fadiga porque você dormiu mal, mas um cansaço prolongado, uma letargia que dura semanas ou até meses. No câncer de intestino, esse cansaço pode ser causado pelo tumor em si, que secreta interleucinas. Sabe quando você fica gripado e se sente cansado? Então, isso é causado pelas interleucinas, e o tumor também causa isso. Ou pelo sangramento do tumor, que causa anemia. Lentamente, você vai ficando anêmico.


Pois é, eu até cocei meu olho aqui, também estou cansado hoje. Operei o dia todo, mas estou cansado, graças a Deus, por trabalhar, não por anemia. Mas, olha, gente, se você está ficando muito mais cansado do que o habitual ou muito facilmente, se está sem energia e indisposto, fique atento. Isso pode ser um sinal de anemia, né, André? E a anemia pode ser uma consequência do sangramento intestinal. Nem sempre você vai perceber que está tendo um sangramento no intestino. E se você estiver sangrando, pode ter anemia e, por consequência, cansaço e fraqueza. Se isso passou a acontecer e antes você não tinha, também é considerado um sinal de alerta.

O terceiro sinal o Hugo já falou, né? Estufamento abdominal, aquele inchaço abdominal que pode ser um sintoma comum de câncer de intestino. Pode ocorrer porque o tumor está obstruindo parcialmente ou completamente o intestino, levando ao acúmulo de gases. E o tumor pode dificultar também o trânsito de alimentos e líquidos, causando esse inchaço.

Pois é, aqui é importante também acalmar um pouco vocês, tá? Porque recebemos muitas mulheres jovens, principalmente, no consultório, Andrezão, que falam assim: "Doutor, quando eu como, minha barriga incha." E aí essas pessoas vêm assustadas, achando que pode ser algo como intolerância à lactose ou outra coisa benigna. É importante, como a gente fala, saber reconhecer os sinais de alerta. E o que é muito legal aqui no canal da Cardi DF é que colocamos isso nas lives: são sinais de alerta para a saúde em geral.

A distensão abdominal ou aquela má digestão é um sinal de alerta para muitas doenças, dentre elas também o câncer de intestino. Não significa que, ao ter isso, você vai ter câncer, mas fique atento, fundamentalmente, se você tem um estufamento ou inchaço abdominal junto com dificuldade para evacuar. Isso pode ser uma obstrução intestinal.

— Exatamente, exatamente. Se você for...


Espero que esta versão com a pontuação corrigida esteja conforme o esperado! Se precisar de mais ajustes, estou à disposição.


Você vai somando esses sinais de alerta, né? Se você está com fraqueza, distensão, sangramento intestinal, você aumenta a chance de ser alguma coisa ruim, né?

— Pois é, Andrezão, e você tocou num ponto muito interessante. A gente quase que marcou um checklist aqui. Eu estou imaginando a pessoa em casa, vendo aqui a nossa live, marcando um check nos seus sintomas. Olha, eu espero que vocês não preencham todos, tá? Mas, se você preencher, saia daqui direto para um atendimento médico. Brincadeiras à parte, é muito importante que vocês estejam atentos a isso, porque isso aconteceu na minha família, André. Eu me lembro de uma tia, que mencionei, que teve câncer de intestino. Ela chegou para mim com todos esses sinais de alerta que a gente estava discutindo, e ela nunca tinha feito uma colonoscopia. Quando ela começou a falar para mim tudo o que estava sentindo, olhei para ela muito preocupado e disse: “Olha, tia, eu não estou mais preocupado em saber o que você tem, mas estou preocupado em saber se eu posso tratar o que você tem, porque você muito provavelmente tem um câncer de intestino.”

E, gente, antes de termos esses sinais de alerta, vamos relembrar isso aqui: geralmente, você está bem e as pessoas tendem a não procurar assistência médica quando estão bem. Gente, a medicina de prevenção é o melhor momento. “Ah, estou bem, não estou sentindo nada.” Procure o seu cardiologista, faça exames de prevenção. Eu peço bastante, né? Então, se o paciente me fala: “Doutor, estou perdendo peso”, então o outro sinal é perda de peso inexplicada. Se você não está fazendo dieta e nota uma perda de peso significativa, isso pode ser um sinal de alerta.

E isso pode ter vários motivos. O tumor pode alterar a capacidade de absorver nutrientes, pode produzir substâncias que reduzem o apetite ou aumentar o gasto energético do corpo. Então, eu peço bastante colonoscopia porque o paciente está perdendo peso. O paciente que estava com 70 kg agora está com 64 kg, sem fazer dieta... tem alguma coisa errada. Tem que pesquisar isso. Pode não ser nada, mas pode ser alguma coisa, né?


Sabe aquelas frases de efeito, né? “Esse câncer está me consumindo.” É isso mesmo, a gente emagrece. Então, perda de peso inexplicada também é um sinal de alerta, André.

— E outro sinal, então. O primeiro sinal é a sensação de evacuação incompleta, que chamamos de tenesmo. Você vai ao banheiro e, mesmo após evacuar, sente que não esvaziou completamente o intestino. Essa sensação pode ocorrer porque o tumor obstruiu, parcial ou completamente, o intestino, dando a impressão de que há algo lá para ser evacuado.

E outra coisa, a mudança do tipo das fezes, né? As fezes ficam em fita, não é?

— Pois é, isso vem um pouco do somatório que colocamos aqui de sinais de alarme. Imagine um tumor que surge ali no reto ou muito próximo do reto, no intestino grosso. Ele vai gerar uma dificuldade para evacuação, e você vai ter aquela sensação de dor, às vezes, antes ou depois da evacuação, e a sensação de que não evacuou tudo que precisava. Esses são sinais de alerta muito importantes para ficarmos atentos de forma geral.

Eventualmente, o tumor cresceu tanto que fechou a luz do intestino, então as fezes passam apenas em pequenos filamentos, o que chamamos de fezes em fita. Aquele filetinho que parece um dedo de evacuação deve chamar atenção, pessoal, para um possível câncer no intestino. Procurem assistência para evitar isso.

Pessoal está perguntando aqui por que têm aumentado tanto os índices de câncer e por que ninguém descobre a cura.

— Então, é difícil encontrar a cura. Você sabe que lá nos Estados Unidos, o Nixon queria acabar com o câncer em quatro anos, e isso foi na década de 60. Mas não tem jeito, cada câncer é diferente, cada tumor é diferente. E, assim, o câncer de intestino, que nem a gente está falando e batendo tanto aqui, é um dos tumores mais evitáveis, porque se você pegar no começo, você cura. Você cura.


Pois é, Andrezão. Você tocou num ponto muito importante. A prevalência hoje de câncer de intestino, e de câncer de uma forma geral, é muito alta. E veja, eu falei prevalência: viver com isso, ter esse diagnóstico posto. Nós aumentamos o diagnóstico de câncer, sim, mas hoje nós podemos também tratar, controlar e mitigar o câncer, pessoal. A gente não precisa mais colocar essa mística nessa palavra, câncer. Muitas pessoas associam essa palavra a um sinal de terminalidade, a não mais ter direito a viver. E quantas pessoas hoje têm tumores no intestino ou em qualquer outro órgão, e nós conseguimos tratar, controlar e fazer com que essa paciente tenha boa qualidade de vida.

E, melhor, a gente pode. Dificilmente — eu acho que concordo — dificilmente a gente vai acabar com o câncer nas nossas vidas, mas nós podemos fazer os tratamentos precoces. Como nós falamos, André, hoje uma pessoa, sem sentir nada, pode fazer um diagnóstico de um câncer precoce, fazer uma cirurgia por colonoscopia e se curar desse câncer. Hoje nós somos literalmente capazes de curar o câncer, pessoal. Não aceitem o câncer como um diagnóstico de terminalidade. Nós estamos aqui para virar essa chave e mostrar para vocês que câncer tem cura, tá?

Eu vi uma pergunta, André, que achei bem bacana aqui. O pessoal perguntou se é possível fazer endoscopia e colonoscopia no mesmo momento, no mesmo dia.

— Ó, é possível, e os pacientes do Andrezão fazem muito isso, tá? A gente consegue fazer endoscopia e colonoscopia na mesma sedação, pessoal. Basta procurar um médico que tenha essa capacidade. Os médicos endoscopistas são capazes de fazer endoscopia e colonoscopia no mesmo procedimento, já resolvendo todo o rastreio do aparelho digestivo.

— Então, frisando aí: quanto mais cedo a gente procura ajuda, maior a chance de sucesso no tratamento, né? Não tenha vergonha de falar sobre esses assuntos, de dizer para o seu médico: “Olha, estou com alguma alteração.” Nossa saúde é o bem mais precioso.


E é fundamental não atribuir esses sintomas apenas ao estresse ou má alimentação. Se eles persistirem, devemos procurar um médico. E, mesmo que não haja sintomas, é recomendável realizar exames de rastreamento, né, a partir da idade indicada, conforme orientação médica.

Então, agora vamos falar dos hábitos saudáveis e das medidas preventivas para reduzir nosso risco de câncer de intestino. Tem várias coisas que a gente pode fazer. A gente já falou dos fatores de risco, então, se a gente inverter isso nos fatores de risco, a gente pode reduzir o risco e promover a saúde do nosso sistema digestivo.

Então, temos que fazer exercício, né? Opa, exercício físico é muito importante. Se você captou a nossa live até agora, pessoal, o André já deu a dica: faça o contrário de tudo que a gente falou que faz mal, e você vai se dar bem. Então, lembre-se: a dieta tem que ter muita ingestão de fibras, perdão, tem que ter muita ingestão de fibras, tomar bastante água, evitar a constipação, fazer atividade física, tentar controlar o excesso de gordura e álcool, evitar fumar e colocar dentro da sua rotina hábitos saudáveis. Isso é fundamental.

— Andrezão, você sabia, não sei se sabia, mas eu estava lendo — eu gosto muito de rodapé de livro — eu estava lendo sobre câncer de intestino em animais. Os animais não têm tanto câncer de intestino grosso; têm mais no intestino delgado, que é raro em humanos, né? Bem mais raro.

— É mesmo?

— Sim, em humanos é bem mais raro. E no Japão, quando eles mudam para a dieta ocidental, o câncer de estômago, que é o número um lá no Japão, passa a ser câncer de intestino.


Caramba, então veja só. Temos que fazer uma dieta saudável, né? Frutas, legumes, verduras, grãos, redução do consumo de carnes vermelhas e processadas. Claro, pode consumir, mas com moderação, né? Fazer bastante exercício, pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana, manutenção de um peso saudável, moderação do consumo de álcool, evitar o tabagismo e manter a hidratação adequada para movimentar o intestino. Já comece o dia com água em jejum. E, claro, fazer exames preventivos e regulares.

Então, já que você é endoscopista, pode explicar um pouquinho mais sobre a colonoscopia? O que exatamente é colonoscopia? Qual é o objetivo desse exame? Como funciona o procedimento desde a preparação até a finalização?

— Vamos lá, gente. A colonoscopia é um exame em que a gente passa uma pequena câmera para visualizar diretamente as paredes internas do intestino grosso. O objetivo desse exame é tentar identificar os pólipos. Pólipos no intestino grosso, talvez vocês já tenham ouvido falar essa palavra, são pequenos caroços ou pequenos tumores benignos que surgem no intestino. Todas as pessoas estão sujeitas a ter esses pólipos. Cerca de 40% dos exames de colonoscopia que fazemos, André, identificamos esses tais pólipos de intestino. Eles são silenciosos, sem nenhum tipo de sintoma, e são tipicamente benignos, mas podem evoluir com o passar do tempo até virar um câncer.

Então, o que queremos ao fazer uma colonoscopia, gente, é evitar o câncer de intestino, identificando e retirando esses pólipos. Isso é algo que podemos fazer durante o próprio exame de colonoscopia. Este é, portanto, um exame diagnóstico e também terapêutico, com o grande objetivo de prevenção.

Para vocês fazerem este exame, pessoal, vocês são submetidos a uma sedação. Vocês dormem durante todo o tempo e não têm nenhum, mas nenhum desconforto mesmo, tá? Ah, e não tem a barriga inchada porque usamos gases, que são os mesmos gases das cirurgias laparoscópicas, André.


Então, nenhum desconforto é previsto. O que precisa é um preparo. O paciente vai tomar um laxante, obviamente, para que ele possa evacuar no dia de véspera e fazer o exame com o intestino limpo. E, como falei, a gente tem a visualização do intestino grosso com uma mucosa tão limpa quanto a da boca. É incrível, não fede, não gera desconforto, é um exame muito tranquilo. A pessoa nem lembra do que aconteceu, é como um sono. Se você está aí cansado, trabalhando muito, precisando descansar, vai fazer uma colonoscopia. Você acorda super bem e ainda previne a saúde.

— É verdade. Alguns pacientes me falam isso: “Nossa, foi tão boa a colonoscopia!” E quais são os riscos e possíveis complicações associadas à colonoscopia?

— Bacana. Então, pessoal, como em qualquer procedimento em saúde, existem riscos e benefícios, e é muito importante que vocês conheçam todos eles, tá? Assim como a endoscopia, a colonoscopia é um exame com sedação, e existem os riscos relacionados ao próprio ato anestésico. Daí a importância de termos acesso a médicos anestesistas fazendo a sedação dos nossos pacientes, para que assim você tenha a segurança de que recebeu todo o suporte necessário para uma sedação adequada.

Na colonoscopia, muitas pessoas têm medo de que esse pequeno aparelho que passa no intestino, André, gere perfuração ou cause dor depois. Olha, a perfuração do intestino em um exame diagnóstico até pode acontecer, mas hoje, em centros de excelência, isso praticamente não existe, tá? E tem um dado legal para contar para você. Eu trabalho em um hospital aqui em Brasília em que mensuramos a quantidade de exames que fazemos por ano. Somente neste hospital, só aqui em Brasília, já fizemos, este ano, 5.873 colonoscopias sem nenhuma complicação. A interpretação é que é um exame muito seguro, tá? Os riscos são muito baixos, principalmente quando vocês encontram centros de boa qualidade.

Então, procurem cuidado em saúde, pessoal. Saúde é uma coisa séria. Às vezes, gastamos muito dinheiro em uma besteira, roupa, bolsa, show de fulaninho, vamos lá gastar tudo que temos no camarote... Gente, vamos procurar investir, e não precisa ser só dinheiro, às vezes investir nosso tempo em cuidar da nossa saúde. Pessoal, esse é um assunto sério, e a gente tem que dar prioridade para isso.

— E tem pessoa que tem medo, né?


Quais são as alternativas à colonoscopia?

— Pois é, para você que tem muito medo, se eu não conseguir convencer você ainda agora nesta live, olha, você tem solução, tá? Não sofra. Talvez você precise de mim sim em algum momento, e a gente vai fazendo um approach até eu trabalhar e convencer você. Mas antes da colonoscopia, André, e principalmente quando discutimos aquela temática de como fazer toda a população ter acesso à colonoscopia no SUS, infelizmente é uma realidade que a gente não consegue fazer isso para todo o nosso país.

No SUS, existem alguns exames de fezes que podem nos ajudar, como o exame chamado pesquisa de sangue oculto nas fezes. É um exame muito simples, que pode ser feito nas unidades básicas de saúde e que vai pesquisar o sangramento nas fezes. Lembram que comentamos aqui, e o André lembrou para vocês, que sangue nas fezes é um sinal de alerta para o câncer de intestino? A presença de sangue nas fezes pode ser um indicativo de que você precisa fazer uma colonoscopia, mesmo que você não veja o sangue nas fezes, entendeu? Porque às vezes está lá, está no meio.

— É isso mesmo.

Outra coisa também: a retoscopia e a retossigmoidoscopia são exames que facilitam muito. Também existe a colonoscopia virtual. Eu tenho um paciente que é inglês e tinha muito mal-estar fazendo colonoscopia. Ele falou assim: “Doutor, não faço mais colonoscopia. Então, qual exame você me pediria?” O CEA dele tinha subido muito, entendeu? E eu falei: “Não, tem que fazer esse exame aqui.” Ele falou: “Não, meu intestino é muito difícil. Qual o exame?” Daí eu falei: “Então tá, vou pedir uma colonoscopia virtual.” Ele voltou e falou: “Doutor, nunca mais faço esse exame. Na próxima vez, você pede uma colonoscopia para mim.” Eu perguntei por quê.

— “Muito mal-estar, doutor. Você sente uma coisa quando está sedado para fazer o exame; outra é você sentir insuflando o seu intestino.”

— Olha, Andrezão, é isso mesmo. Se eu falar mal da colonoscopia virtual, vou apanhar em casa, porque minha esposa é radiologista.


Então, olha, é um exame que pode ser interessante como alternativa a uma colonoscopia também, mas não é igual à colonoscopia. Nenhum exame para o câncer de intestino é superior a uma colonoscopia. Mas existem soluções para quando a colonoscopia não é possível, ou quando o paciente não tem acesso, ou quando o paciente não tem condições de fazer uma colonoscopia. A pesquisa do sangue oculto nas fezes e a colonoscopia virtual podem ajudar. Tudo depende das estruturas adequadas.

O mesmo gás que eu falei, que é usado nas cirurgias laparoscópicas, a gente usa na colonoscopia e também pode usar na colonoscopia virtual, e o paciente não tem desconforto. Mas nem todos os centros têm isso disponível, e tem que fazer todo o preparo também, né? Então, assim, exato. Por isso mesmo, acho que vale a pena, pessoal, vamos perder esses mitos da colonoscopia.

Obrigado à Cardi DF por desmistificar o exame de colonoscopia e trazer para nós essas soluções sobre o câncer de intestino. E para vocês que estão nos assistindo, pessoal, fiquem tranquilos. É um exame muito tranquilo mesmo, não tem nenhum desconforto e você pode realmente prevenir uma doença muito impactante, que é o tumor de intestino.

— E quais avanços agora, e sobre o que melhorou na colonoscopia com essa inteligência artificial? Eu estava vendo que conseguiram detectar alguns tumores a mais com a inteligência artificial. Como vai ser no futuro, né, cara?

— É por isso que eu gosto do cardiologista, ele está sempre antenado na melhor tecnologia, no avanço científico. É muito bom. E, realmente, André, muita coisa aconteceu, muita coisa evoluiu para que a gente melhore o diagnóstico do câncer de intestino. Hoje, a gente já tem disponível, pessoal, já é uma realidade, trabalhar com a inteligência artificial.


Então, você está lá fazendo uma colonoscopia, o seu médico está fazendo o seu exame e, junto, na processadora do exame de colonoscopia, existe um método de inteligência artificial que consegue identificar o pólipo no intestino, apontar para o médico e até fazer uma correlação se aquele pólipo é um câncer ou não, de acordo com o banco de imagens que ele tem e o resultado da patologia, com uma associação de mais de 90%. E hoje, a gente evoluiu não só nas possibilidades diagnósticas, mas também nas terapêuticas.

Sabe quando eu falei mais cedo aqui para vocês, que estão desde o começo da nossa live, sobre a qualidade de um exame de colonoscopia? Comentei que a gente não pode aceitar aquele exame com quatro fotos desfocadas, sem qualidade. Hoje, a gente evoluiu para imagens full HD, imagens 4K. Então, às vezes, dá para fazer colonoscopia quase numa sala de cinema, de tão bonita que é a imagem. Sabe, André? Faz diferença, faz total diferença. Quanto melhor a qualidade de imagem, mais precoce a gente diagnostica o câncer de intestino.

Esses dias, eu recebi um resultado de patologia. Esta semana que passou, recebi o resultado de biópsias de dois pacientes de lugares diferentes: um câncer de 9 mm, pasmem, e um câncer de reto de 7 mm, pessoal. E a gente foi lá, identificou e retirou através da colonoscopia, e esse paciente ficou curado. Então, vejam como é importante uma boa qualidade de imagem. Hoje, a gente pode identificar esses tumores pequenos, retirar, e não só os pequenos, mas também os tumores grandes, por causa dos nossos avanços no tratamento em colonoscopia. A nossa tecnologia evoluiu tanto que literalmente fazemos cirurgia por dentro.

Mas tem que fazer com a pessoa certa, viu? Não vai fazer com qualquer um. O Hugo realmente é referência aqui em Brasília. Tanto que eu conheci o Hugo porque eu pedia a colonoscopia, fazia com uma pessoa, e daí voltava falando assim:

 —Doutor, descobri um tumor, mas vou ter que tirar endoscopicamente. Daí foi uma pessoa, duas pessoas, três pessoas. Falei: “Olha, vou marcar com esse cara aí, esse cara é bom.”

— Então, você sabe que eu já tive a oportunidade aqui, André, de tratar uma paciente de 39 anos, em que eu retirei, pela colonoscopia, através de uma cirurgia por colonoscopia, um tumor de 10 cm. Dez centímetros, a palma da minha mão, era o tumor dela, e a gente tira pela própria colonoscopia. É quase uma ressecção que a gente faz em um pedaço da parede do intestino, mas preserva a parede. E é muito legal, porque você não tira um segmento do órgão, não corta a barriga, você preserva. Muda tudo, muda tudo, né?

Eu vejo aí pacientes que estão curados do câncer de intestino e voltam falando: “Doutor, eu tenho muito mais gases do que antes.” E o paciente está curado, claro, graças a Deus que se curou. Mas imagine fazer uma coisa endoscópica. É muito legal e isso só acontece porque vocês passam a fazer colonoscopia mais cedo e têm diagnósticos precoces, pessoal. Então, procurem assistência, não negligenciem os exames de prevenção. Vamos fazer colonoscopia, vamos ficar atentos a esse tema tão importante que é o câncer de intestino. Você pode curar.

E olha, se você teve um diagnóstico ou alguém da sua família teve um diagnóstico, a oncologia é uma das áreas que mais teve avanços recentes. Só para ter uma ideia, minha mulher é oncologista, né? Passou pelo Camargo lá em São Paulo. Hoje ela faz endocrinologia, hoje ela é endocrinologista. Tanto que foi por isso que viemos para Brasília, porque ela tinha passado no NB aqui. Olha só! Mas, naquela época, há quase 20 anos, não existia imunoterapia, não era uma coisa comum. Só tinha quimioterapia e cirurgia.

A cirurgia do câncer de intestino é a que mais cura. Em alguns casos, quimioterapia, como no câncer de reto, com rádio, mas não tinha imunoterapia naquela época. Hoje, é um dos pilares do tratamento do câncer. Então, se você descobriu um câncer de intestino ou alguém da sua família está passando por isso, nem tudo está perdido. Mas claro que vale bater de novo na tecla: conhecimento é poder. Continue se informando sobre saúde, esteja atento aos sinais, não ignore sintomas persistentes, adote hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, atividade física, evite álcool e cigarro, e realize exames preventivos. Mantenha seus exames em dia. A saúde é o nosso bem mais precioso, e cuidar dela é investir na qualidade e no bem-estar.


Agora vamos às perguntas e respostas, né? Tema bom, parte boa. Vamos lá, vamos ver aqui. “Duas gotinhas de lugol com um pouquinho de água e duas castanhas, selênio. Qual o exame? E as vitaminas também? Carência de vitamina D ou B12?”

— Ó, carência de vitamina D tem um estudo mostrando que, se você der 2.000 unidades para a pessoa que já teve câncer de intestino, reduz o risco de recorrência. Reduz o risco de recorrência, então isso tem a ver com imunidade e é um dos poucos cânceres que tem esse impacto de redução. Câncer de intestino.

A aspirina também reduz o risco de câncer, então a aspirina reduz em 30% o risco de câncer de intestino. E se você tiver colesterol alto, a pitavastatina também reduz o risco de câncer de intestino e de recorrência de câncer de intestino. Interessante, né? Então, tudo que reduz inflamação também reduz o risco de câncer de intestino.

— “Não tenho gases nenhum, estou na cidade de Poá. Fiz o exame de fezes em maio e deu sangue oculto nas fezes. O médico pediu uma colonoscopia e até hoje não saiu pelo SUS.”

— É difícil, complicado, né? Complicado, é difícil, gente. Mas, às vezes, vale a pena você pagar, sabe? Se você estiver sentindo esses sintomas, às vezes vale a pena. Se você detectar precocemente, você não vai passar por tudo aquilo. Eu estava lendo sobre o tratamento do câncer de intestino. No estágio dois, a quimioterapia reduz muito pouco, eles fazem, mas reduz muito pouco, menos de 4%. Então, você passa por tudo aquilo. Por isso, é melhor pegar no estágio zero ou estágio um, que é quase 100% de cura, né?

— Então, é isso mesmo. Acho que cabe, né?


Essa é uma mensagem que chamou atenção, né? Se o paciente fez um exame de sangue oculto nas fezes e ainda não conseguiu fazer a colonoscopia no Sistema Único de Saúde, nós precisamos aumentar a conscientização sobre o câncer de intestino. A gente só vai conseguir aumentar a distribuição do recurso no SUS quando os nossos gestores enxergarem essa necessidade e esse problema.

A gente tenta levantar uma bandeira e conta com vocês para que possamos difundir a importância desse tema. Gostou do que a gente falou? Compartilhe com alguém, mostre como é importante esses temas, para que possamos mudar a história de muitas pessoas. Levem esse tema com a mesma seriedade que todos os outros problemas sérios de saúde, pessoal.

A gente tem um momento, assim como o Novembro Azul que temos para o câncer de próstata, que é o Março Azul. O Março Azul é o mês de prevenção ao câncer de intestino, e precisamos difundir mais essa necessidade de cuidar da saúde e de políticas públicas para esse tema. É muito importante, viu?

No outro vídeo, eu fiz um vídeo sobre câncer de intestino que tem 10 milhões de visualizações. É o vídeo mais visualizado no mundo sobre câncer de intestino aqui no YouTube. Então, 10 milhões de views. E eu falei sobre isso, sobre colonoscopia, porque acho isso uma coisa tão importante: ter acesso à colonoscopia no SUS vai reduzir custos. Eles têm que pensar em custo. Se você está pensando em custo, tem que considerar que isso vai reduzir custos. Fazer quimioterapia, radioterapia, e todo esse estresse... a pessoa não vai conseguir nem trabalhar.

Com a endoscopia, a pessoa faz a colonoscopia, tira o tumor e está trabalhando. Exato, no outro dia. No outro dia. Então, é por isso que é importante, né?


Então, qual o valor do exame? Depende do lugar, né? Depende do lugar, oscila muito. O Hugo aqui trabalha no Death Star, né? Hoje, graças a Deus, a gente trabalha nos principais hospitais de referência no Distrito Federal. Eu me sinto muito orgulhoso de poder entregar uma assistência adequada.

— Exatamente, no Sírio, Death Star... onde mais você trabalha?

— Na Rede D'Or e no Sírio-Libanês atualmente. Então, todas as estruturas da D'Or e no Sírio, eu me sinto confortável por entregar esse suporte aos pacientes.

Ah, mas independente da estrutura, o mais importante é que você procure médicos capacitados, possa checar as tecnologias disponíveis e lembre de fazer exames com tempo disponível para o diagnóstico adequado. Então, se você tem esse tripé, vai ter uma boa assistência em saúde.

— É, porque tem muito médico que é bom nisso, que faz muito bem também. Claro, o Hugo é referência, é minha referência, né?


Então, vamos lá. Mas eu acho que já bateu, né? Eu acho que... cara, olha só quanta gente comentando, hein?

— Qual o melhor remédio para fazer a desparasitação?

— Depende, né? Anitta funciona bem, né? Anitta vai bem, né? Acho que Anitta não erra, né? Anitta é um sucesso.

— A pílula endoscópica substitui a colonoscopia?

— Opa, essa pergunta é boa, Andrezão. Essa pergunta é boa, cara. Quem fez aí? O Ricardo Domingues. Valeu, Ricardo! Olha só, a cápsula endoscópica, melhor dizendo — ao invés de pílula endoscópica, a gente chama de cápsula endoscópica — é quase um comprimido, tá? A gente faz a ingestão desse comprimido maior, que na verdade é uma câmera fotográfica. Ele vai tirando fotos de todo o intestino e mandando para um armazenamento de dados por Bluetooth. A gente vai capturando imagens de todo o intestino delgado e também pode capturar do intestino grosso. Então, serve para diagnósticos de diversas doenças, porém, ainda não substitui o exame de colonoscopia, tá?

Então, continuamos precisando fazer colonoscopia. Sabe o que é legal, André? Eu vi um texto muito bacana nos TED Talks, de um colega americano, endoscopista, falando sobre a cápsula endoscópica robô. A gente evoluiu tanto em tecnologia e modernidade que era uma cápsula que ele conseguia controlar por fora. Parecia um videogame, cara. Então, se você quiser, depois dá uma olhada aí nos TED Talks. Ele controla essa cápsula com um robô. Talvez seja o nosso futuro na nanotecnologia para a prevenção do câncer de intestino.


De quanto em quanto tempo se faz a colonoscopia?

— Olha só, quem fez essa pergunta aí... obrigado, viu? Excelente pergunta. Um exame de colonoscopia deve ser feito a cada 5 anos se o resultado for normal, tá? Muitas literaturas médicas sugeriam a repetição do exame a cada 10 anos. A gente entende que é um intervalo seguro, porém é muito tempo, gente. Então, se você tem acesso ao exame e teve um exame normal, eu sugiro fortemente que você repita o exame a cada 5 anos.

Se você tem pólipo na sua colonoscopia, esse intervalo muda, tá? A depender da característica desse pólipo, a repetição deve ser entre 1 ou 3 anos. Por isso, é importante fazer a colonoscopia e voltar para pegar o diagnóstico das biópsias e retornar ao seu médico.

Eu passei por um cenário, André, de um paciente que me procurou para uma segunda opinião. Ele fez a colonoscopia e, três meses depois, foi pegar a biópsia do pólipo porque ele esqueceu que tinha sido feita a biópsia. Quando ele pegou, veio o diagnóstico de câncer. E aí, ele estava num circuito muito difícil de tratamento porque a gente não tinha mais como acompanhar. Foi outro colega que fez, e não sabíamos qual era o local exato de onde havia sido tirada aquela lesão.

Então, gente, todo cuidado em saúde tem começo, meio e fim. Faça o exame e volte ao seu médico para checar os resultados


Então, acho que, infelizmente, nosso tempo está chegando ao fim. Queremos agradecer a todos por terem ficado até aqui, pela interação e pela participação ativa nesta live. Agradecimento ao Dr. Hugo, que veio aqui em um sábado à tarde. Foi um prazer enorme compartilhar esse tempo com vocês. Espero que as informações e dicas tenham sido úteis e que vocês se sintam mais motivados a cuidar da sua saúde como um todo.

— Olha, André, para mim foi um prazer imenso estar aqui com vocês, tá? Estou muito orgulhoso, particularmente falando, de estar aqui. Foi uma honra. Quero compartilhar essa oportunidade e agradecimento junto com todos que estão nos vendo, pelo trabalho tão bonito que vocês fazem na Cardi DF. Não é à toa, gente — vocês não estão vendo aí, mas temos aqui um prêmio de mais de 1 milhão de inscritos neste canal, pessoal. Estou muito feliz por ver um médico brasileiro, do nosso Distrito Federal, fazendo diferença junto com a grande equipe de cardiologistas, entregando saúde, não só sobre cardiologia, mas cuidados globais, mudando a história dos nossos pacientes.

— Olha, pessoal, esse tema é sério, e eu agradeço muito a oportunidade que vocês nos deram de poder compartilhar com vocês e tirar dúvidas. Estaremos sempre à disposição, tá bom? É um prazer, e conte comigo, André.

— E se você achou útil, não esqueça de compartilhar, curtir com amigos e familiares, e se inscrever no canal. Sua participação ajuda a espalhar informações importantes e pode salvar vidas, né? Principalmente essa questão do SUS aí. Tem que compartilhar isso para chegar aos gestores, né?

— Cuidem-se, fiquem bem. No próximo sábado, eu acho que vamos fazer uma live sobre cabelo e trazer um especialista também. Abraço, beijo a todos. Tchau, tchau.

— Tchau, valeu pessoal! Foi um prazer, até a próxima.