Cuidado! Esse VENENO já pode estar no Seu SANGUE! (Aumenta risco de ATAQUE CARDÍACO em MAIS de 450%)

Quando você era pequeno tenho certeza que seus pais ou alguém lhe alertou que você não poderia comer plásticos. Que ia fazer mal à sua saúde e poderia até lhe matar. Não é mesmo?


E se eu te falasse que toda semana você come em média 1 cartão de crédito de plástico. Aquele cartão de crédito, mesmo. E a cada 3 respirações, um microplástico, no mínimo, vai parar nos seus pulmões!

Se você não sabia, deixa eu te contar:  o sal que você come, a água ou a cerveja que você bebe e o ar que você respira pode estar cheia de microplásticos.\


Pois é! Esse é o assunto do post de hoje: como esse veneno que está fazendo parte da sua dieta, há algum tempo, está afetando a sua saúde?


Como o plástico está mexendo nos seus hormônios, afetando sua tireoide, seu sangue, seu cérebro, te deixando vulnerável a certas doenças?

Mas calma…


Eu também vou falar como você pode se proteger, evitando certas coisas que poderiam te prejudicar ainda mais? Então fique até o final e descubra!



Quais os 7 riscos dos microplásticos para a sua saúde!


7º lugar- Os microplásticos podem estar afetando seus pulmões

Respire fundo!

Agora, imagine que junto com o ar que inspiramos, minúsculos pedaços de plástico, invisíveis a olho nu, também estão entrando pelas nossas vias aéreas. Você não precisa nem imaginar.

Está acontecendo agora. Assustador, né?

Pois essa é a realidade dos microplásticos, fragmentos de plástico menores que 5 milímetros que estão em todos os lugares: no ar que respiramos, na água que bebemos, nos alimentos que comemos.

Os nanoplásticos são ainda menores, com tamanho inferior a 1 micrômetro.


De onde vem os microplásticos?

Os microplásticos vem da degradação de objetos de plásticos maiores- se você não reparou, tudo ao nosso redor é feito de plástico, ou criados com esse tamanho desde o início (como nas maquiagens e cosméticos).


Mas o que esses invasores invisíveis podem fazer aos nossos pulmões?

Eles podem irritar e inflamar. Assim como o amianto, os microplásticos que não conseguem ser expelidos, podem causar inflamação crônica nos seus alvéolos,  aumentando o risco de doenças como  asma, DPOC e fibrose pulmonar e até câncer de pulmão.

Os plásticos, no geral, como você sabe, não são biodegradáveis. Uma garrafa pet pode demorar entre 450 anos até 1000 anos para se decompor. Imagine se seu copo não consegue expelir esses microplásticos das vias aéreas… eles podem se acumular nos pulmões ao longo do tempo, causando danos permanentes. Imagine um filtro que fica cada vez mais entupido, dificultando a respiração.  E não é tão simples assim porque ratos expostos à microplásticos começam a gerar mais muco, mais células inflamatórias- mais TNF alfa, que é um indicador de inflamação.

Ah, mas é em ratos. Um estudo de 2021 no Brasil feitos em necrópsia, dos 20 examinados, 13 tinham microplásticos nos pulmões. E nos Estados unidos, de 13 pacientes que fizeram cirurgia pulmonar, 11 foram encontrados microplásticos.

Então, os microplásticos estão no ar. Estão na roupa que você usa, na cerveja que você bebe... Se você for à beira mar e sentir aquele cheiro maravilhoso do oceano… Em cada respiração você está inalando microplásticos. Porque cada mês são jogadas toneladas de plásticos nos mares. É triste! Ou se você mora perto de uma rodovia ou rua movimentada— está provado que crianças que moram ali tem mais crise de asma e menor função pulmonar do que aquelas que moram longe dali. Tudo bem, tem mais fumaça. Tem! Mas também tem os microplásticos dos pneus dos carros, e ônibus e caminhões….

Bem complicado!


6 . Microplásticos podem aumentar seu risco de derrame, infarto e morte cardiovascular.


Sério isso? Sim. Eu já tinha gravado esse vídeo quando saiu, na revista New England, dia 7 de março de 2024, um estudo mostrando que micro e nanoplásticos podem estar aumentando nosso risco de derrame, infarto e morte cardiovascular…

E olha, eu me pergunto, há muito tempo como pessoas com 30 e poucos anos estão tão entupidos! Converso com meus colegas cardiologistas que falam a mesma coisa! Temos tantos pacientes que colocaram stents nas artérias do coração antes dos 40, coisa que era rara 15 anos atrás, 20 anos atrás… e tinha alguma coisa faltando. Estresse, sedentarismo, comida errada? Eu acho que tudo isso ajuda…

Mas, esse recente da New England muda um pouco nosso paradigma. Ele feito com grupo de mais de 300 pacientes que se submeteram a uma cirurgia da carótida- para limpar a placa, a endarterectomia.


E depois os pesquisadores examinaram as placas através de microscopia eletrônica.


E o que eles viram? Quase 60% dos pacientes tinham microplasticos na placa! E exatamente esses pacientes que estavam com os microplásticos que tiveram mais risco depois da cirurgia— eu não estou falando de pouquinho, aumentou mais de 4x seu risco, 453% para ser exato— o risco de infarto, derrame ou morte prematura nos próximos 34 meses.


É muito! A gente tem que tratar colesterol, pressão alta, diabetes e plásticos também! Vão ter que descobrir um solvente para plásticos aí!

Isso é sério, pessoal! A indústria do petróleo está nos matando!


—> 5º problema os microplásticos podem alterar os seus hormônios

E você pode me perguntar: como algo tão pequeno quanto microplásticos ou nanoplásticos poderiam bagunçar algo tão importante quanto os nossos hormônios?

Vou te responder.

Microplásticos e nanoplásticos podem liberar substâncias químicas chamadas desreguladores endócrinos que são  substâncias químicas que interferem nos hormônios do corpo.

Essas substâncias imitam, bloqueiam ou alteram os sinais hormonais do nosso corpo. Isso desequilibra um sistema muito delicado— nossos hormônios.

Um exemplo bem conhecido é o Bisfenol A (BPA), encontrado em muitos plásticos, resinas, como recibos térmicos aquele que você ganha no caixa ou aquele comprovante de cartão de crédito— por isso que eu não pego. Mas também estão nas garrafinhas de água, roupas de malhação e até meias, acredita!


O BPA pode imitar o estrógeno, o hormônio feminino, e sua presença pode levar a diversos problemas de saúde, síndrome do ovário policístico, testosterona baixa em homens, alterações no sistema reprodutivo até impactos no desenvolvimento cerebral e aumento do risco de câncer como câncer de mama e próstata.

Impressionante, certo?

Ah, mas a mamadeira do meu bebê é BPA free= livre de BPA. Mas também tem bisfenol S, bisfenol F, bisfenol z, todos sem pesquisas para ver se não fazem mal ou mais mal.

O bisfenol vaza do plástico quando aquecido,  especialmente com gordura. Sabe aquela lasanha que você esquentou naquele produto plástico e o plástico ficou laranjada depois? Eu posso te dizer que vazou o BPA para a sua lasanha…

E não é só bisfenol- também tem os Ftalatos que dão flexibilidade ao plástico. Descobriram que a  poeira doméstica contém concentrações significativas de ftalatos, e bebês tendem a apresentar níveis mais altos dessas substâncias. Os ftalatos podem alterar o sistema reprodutivo, reduzir testosterona e estrógeno, aumentar diabetes, obesidade e depressão.

4º problema dos microplásticos para a saúde- Alterar a função reprodutiva.

Além de alterar os hormônios- os meninos estão com testosterona baixa, eu vejo isso direto, até me assusto com os valores, a exposição a microplásticos pode reduzir a qualidade do esperma, causar alterações morfológicas nos espermatozoides, eles não conseguem se movimentar direita— então o homem não consegue engravidar a mulher— mas também na mulher, levando  à redução de folículos, fibrose, declínio de hormônios, problemas no ciclo menstrual e outros efeitos negativos.

Eu li uma frase que me chamou atenção e que cabe aqui: “Não precisa matar uma espécie para prejudicar uma espécie”. Não! Se você não consegue gerar filhos, ou nem tem vontade de gerar filhos, está fazendo um mal terrível. E é tão estarrecedor, que um estudo de 2023 identificou que todas as placentas analisadas tinham microplásticos. E nos mecônios dos bebês, que são as fezes do bebê antes do bebê comer qualquer coisa— que vem do líquido que ele está ingerindo da barriga da mão e do cordão umbilical— todos os mecônios tinham microplásticos.

O que será das nossas crianças! Ou dos nossos netos!


3º problema dos microplásticos para a nossa saúde- podem alterar a nossa imunidade

Os microplásticos que respiramos, bebemos ou comemos, podem cair na corrente sanguínea e serem  captados pelas células do corpo, prejudicando o equilíbrio do sistema imunológico, gerando inflamações e prejudicando diversos tecidos e órgãos.

As células de defesa do nosso corpo reagem aos microplásticos gerando radicais livres que são moléculas que podem danificar as células do corpo. Eles causam danos oxidativos, inflamações e até ativam células de defesa de forma anormal. A superfície dos microplásticos acumula bactérias, fungos e metais pesados, aumentando os riscos para a saúde.

E quando você come microplásticos- todo mundo está comendo microplásticos- como eu falei, a gente está comendo 1 cartão de crédito por semana, pode alterar a nossa flora intestinal, levando a inflamações crônicas.

2º problema dos microplásticos- podem afetar nosso cérebro

Já é provado que os microplásticos podem atravessar a barreira hematoencefálica e atingir o tecido cerebral. As partículas cerebrais eram menores do que as encontradas no intestino, sugerindo degradação durante a digestão.


O que isso pode afetar? Em humanos, não sabemos, mas em ratinhos temos alguma noção… os animais que bebiam água potável contaminada com microplásticos, começaram a ter esquecimento, alterações cognitivas semelhantes à demência. Doença de parkinson devido a formação de agregados de proteínas anormais, doença de huntington, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica e, pasmem, experimentos com ratinhos demonstraram o acúmulo de microplásticos de polietileno (PE) no cérebro, induzindo traços comportamentais semelhantes ao autismo em diferentes estágios da vida, especialmente se expostos intra-útero.


1º problema relacionado com microplásticos: o aumento de risco de câncer!

Eu já citei alguns, né- câncer de pulmão- quando inalamos microplásticos pode causar inflamação pulmonar e dano ao DNA. Mas não é só ele: câncer de mama, câncer de próstata, câncer de intestino, câncer de fígado, pâncreas e útero. Pelo conjunto da obra- pela inflamação, pelo estresse oxidativo, pela interferência hormonal, pelas centenas de materiais que pouca gente sabe que está naquele plástico- Pois é, ninguém estava esperando que a gente comeria ou inalaria plástico…

Por isso que a gente pode fazer o máximo que a gente pode para minimizar o impacto desses microplásticos no nosso organismo.

Como minimizar os riscos dos microplásticos?

Algumas coisas não tem jeito. A gente vai ter que respirar, comer e beber. Então, não vamos conseguir segurar tudo, ficarmos livres dos plásticos. Infelizmente.

Mas como o plástico libera aqueles compostos como BPA e outros podemos agir no que podemos.


1ª dica- não esquente comida em um recipiente plástico. 

Ponto final. Ah, mas é livre de BPA… não caia na mentira.

2ª dica- observe o desgaste do plástico:

Com o tempo e uso, recipientes plásticos podem se desgastar, liberando partículas menores diretamente nos alimentos. Sabe aquela marmita de plástico velhinha que você usa há anos? Pois é, pode ser uma fonte desses compostos. Jogue no lixo reciclável.

3ª dica- evite contato do plástico com alimentos ácidos ou gordurosos:

Alimentos com alto teor de acidez (como tomates) ou gordura (como alguns tipos de carne) podem facilitar a liberação de compostos tóxicos dos plásticos. Vai, sim, puxar as toxinas para dentro da comida. Abacaxi no plástico, limão no plástico, lasanha no plástico.. evite, viu?

4º dica- evite lavar com detergentes e esponjas abrasivas

Eles podem danificar a superfície dos plásticos, causando microfissuras, trazendo microplásticos para sua comida.

5ª dica- prefira recipientes de vidro, cerâmica ou aço inoxidável—

Lá em casa trocamos todos os recipientes de plástico desde que minha mulher estava grávida da minha filha— dezessete anos atrás.

6º dica- evite usar plásticos marcados com o símbolo 3 vou 7 de reciclagem=

que indicam a presença de bpa.

7º Lave recipientes plásticos à mão:

Evite a máquina de lavar louça para plásticos.

Tudo Isso é para alimentos-

  • mas podemos usar roupas de algodão ao invés de fibras sintéticas

  • evitar plásticos descartáveis

  • usar sacolas reutilizáveis- eu uso há mais de década. Nunca vou ao supermercado sem minhas sacolas de compras.

  • Tente escolher cosméticos sem plástico

  • Use produtos biodegradáveis

  • Recicle o máximo

  • Purpurina ?cuidado!  Plástico puro!

  • Mantenha a casa limpa para reduzir a poeira com microplásticos

  • evite o consumo de ostras e outros frutos do mar, que tem muitos microplásticos

  • E o mais importante é diminuir ao máximo o que compramos com plástico.

E eu sei, mesmo que façamos a nossa parte, a poluição por plástico é um problema grave. "Essa poluição afeta solos, rios, lagos e oceanos. Sem a ciência e mentes pensantes, esse problema não tem solução. Felizmente, temos a ciência e pessoas inteligentes para nos ajudar."

Mesmo assim, cada embalagem de plástico que você e eu evitamos é um passo importante para diminuir a quantidade de microplásticos no meio ambiente.

E claro, compartilhe essas informações  com seus amigos e familiares. Quanto mais pessoas se conscientizarem, mais forte será a mudança.

Meu nome é André Wambier, cardiologista, e esse é o cardiodf.com.br

Vou deixar as fontes dos artigos aqui:

Fontes:

https://www.nytimes.com/2022/12/09/business/how-bad-are-microplastics.html

https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2300582121

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9885170/

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2309822

Dinkers, J. M. et al (2022). “Advanced epithelial lung and gut barrier models demonstrate passage of microplastic particles.” Microplastics and Nanoplastics. DOI: 10.1186/s43591-021-00024-w

Tamargo, A. et al (2022). “PET microplastics affect human gut microbiota communities during simulated gastrointestinal digestion, first evidence of plausible polymer biodegradation during human digestion.” Scientific Reports. DOI: 10.1038/s41598-021-04489-w

Zaheer, J. et al (2022). “Pre/post-natal exposure to microplastic as a potential risk factor for autism spectrum disorder.” Environment International. DOI: 10.1016/j.envint.2022.107121

https://www.theguardian.com/environment/2022/apr/06/microplastics-found-deep-in-lungs-of-living-people-for-first-time

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969723053706